Ao falar de outro, ao outro, é de mim que falo. As crônicas deste livro abordam o autoconhecimento a partir da observação de nós mesmos no outro, passeando pelo amor, empatia, amizade, ética, individualismo, e culminando na defesa do Ego como essência inseparável do ser.
A autoconcientização é uma cobra que come o próprio rabo preocupada em dar-se um significado. Na busca de um sentido, a consciência inventa, e precisa mostrar para o mundo o que inventou a fim de acreditar e afirmar-se na sua invenção.
Será preciso estar fora para ver o que há dentro? Onde é fora e dentro? Onde é o centro do infinito? O estado de natureza do homem não é todo ele desejo. Se o fosse, desprezaria completamente ao outro, exceto sendo o outro o próprio desejo. O medo nos torna sociais e dependentes; a carência pelo outro nos faz senti-lo como parte de nós, e ao mesmo tempo nos proteger dele.